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UMA SÍNTESE DA HISTÓRIA DO IHGES:
ORIGEM E EVOLUÇÃO

Idealizado por Carlos Xavier Paes Barreto, Archimino Martins de Mattos e Antonio Francisco Athayde, o Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo foi fundado em 1916 visando ao levantamento e conservação da memória e das tradições do Estado do Espírito Santo. Para tanto, propôs-se inicialmente a coletar e conservar documentos e outros registros de interesse, desde logo divulgados por meio de sua revista, cujo primeiro número é de 1917.

Instalado em sede própria desde 1925, em prédio doado pelo Poder Público estadual, desde a fundação funciona ininterruptamente, salvo o período entre o final dos anos 60 e o início dos 80, quando se deu uma ampla reforma na sua sede social. Por meio de  recursos públicos, privados e aportes particulares, vem realizando inúmeras atividades de caráter cultural e continua a editar a que é a mais antiga revista ainda em circulação no Espírito Santo, contando mais de setenta números publicados e hoje registrada como periódico de natureza científica.

Ao longo de seus mais de cem anos de atividades os associados do IHGES vêm contribuindo com subsídios histórico-geográficos para a demarcação dos limites estaduais, para o levantamento e a divulgação de biografias de espírito-santenses ilustres, da fundação e desenvolvimento dos municípios e localidades, dos passos e das atividades dos imigrantes de várias nacionalidades em terras do Espírito Santo, de movimentos sociais representativos, dos costumes e tradições da população.

Entre seus associados contaram-se ao longo dos anos alguns dos vultos mais representativos da cultura no Espírito Santo, a exemplo de Afonso Cláudio, Carlos Xavier Paes Barreto, Almeida Cousin, Augusto Lins, Eurípides Queiroz do Valle, Guilherme Santos Neves, Hermógenes Lima Fonseca, Elmo Elton, Renato José Costa Pacheco, Miguel Depps Tallon.

Seu patrono é o herói espírito-santense Domingos José Martins, vulto de destaque na Revolução Pernambucana de 1817 e arcabuzado na Bahia a 12 de junho, data tradicional da efeméride máxima da Casa. (*)

Núcleos municipais do IHGES

Cuidou também o Instituto de sua interiorização, incentivando a criação de núcleos em municípios do Estado, já abrangendo Cariacica, Cachoeiro de Itapemirim, Iconha, Mimoso do Sul, Santa Teresa, Santa Leopoldina, Nova Venécia, Linhares, Iúna, Guarapari,  Alegre, Alfredo Chaves, Colatina, Santa Maria de Jetibá e Vila Velha. O processo é ainda latente, dependendo apenas da solicitação da área cultural do município para a criação do núcleo.

O patrono

Domingos José Martins é o patrono do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo e um dos precursores da Independência do Brasil. Nasceu em 9 de maio de 1781 (data presumida) no sítio Caxangá, próximo à cidade de Itapemirim (ES). Foram seus pais Joaquim José Martins, Capitão de Milícias, e Dona Joana Luiza da Santa Clara Martins. Estudou no Brasil (Vitória) e Portugal. Em Londres, empregou-se na firma portuguesa Dourado Dias & Carvalho, chegando à condição de sócio da referida firma. Ainda em Londres, fez amizade com Hipólito José da Costa, editor do “Correio Brasiliense”, e com o General Francisco Miranda, baluarte da independência da Venezuela.

Voltando ao Brasil, como gerente geral de sua firma, entusiasmou-se com a ideia de independência da ex-colônia portuguesa. Em Recife, Pernambuco, passou a ser um dos lideres do movimento separatista, que deveria se iniciar em 6 de abril de 1817. Os fatos chegaram ao conhecimento do Presidente da Província, Caetano Pinto de Miranda Montenegro, que mandou prender os revoltosos. O Comandante da tropa disto incumbido, depois de parlamentar com os revoltosos, mandou recolher a tropa. Constitui-se um governo provisório, abrangendo revolucionários de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, tendo sido Domingos Martins escolhido Ministro do Comércio. Uma esquadra legalista, sob o comando de Rodrigo Lobo, bloqueou Recife e a Revolução conhecida como de 1817, chegou a termo 74 dias depois de iniciada. Domingos José Martins foi julgado e condenado à morte, tendo sido arcabuzado em Salvador, Bahia, no Campo da Pólvora, hoje Campo dos Mártires. (**)

(*) Cf. NEVES, G. M. P. Notícia  do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo. Vitória: IHGES, 2003.

(**) Cf. NOBERTINO, Bahiense. Domingos José Martins e a Revolução Pernambucana. Vitória: [s.n.], 1974

Mais

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Ata de instituição da Medalha José de Anchieta.

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